segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Stresse profissional, efeitos e consequências

Internacionalmente, sabemos que 1 em cada 4 trabalhadores é afectado pelo stresse profissional, que é responsável por 50% a 60% dos dias de trabalho perdidos, é o 2º problema de saúde mais notificado (na UE-27) e com um custo económico de 20 mil milhões euros (UE-15). Apresenta como possíveis efeitos na saúde:

·         Aumento da irritabilidade
·         Problemas de concentração, de memória
·         Insónia
·         Aumento da probabilidade de desenvolvimento de Perturbações psiquiátricas, como a Depressão Major
·         Aumento da probabilidade de desenvolvimento de doenças orgânicas como as doenças cardiovasculares
Como possíveis efeitos na organização:
·         Aumento do absentismo
·         Diminuição do comprometimento com a organização
·         Diminuição da produtividade
·         Aumento da frequência de acidentes de trabalho

E como consequências no local de trabalho:
          Absentismo
          Falta de pontualidade
          Falta de qualidade na decisão
          Flutuações do humor
          Aumento dos acidentes de trabalho
          Falta de profissionalismo
          Não cumprimento de objectivos
          Irritabilidade com clientes
          Diminuição da motivação e comprometimento com a organização

Consumo de substâncias no local de trabalho

Consumo de Álcool e substâncias
A prevenção e o combate ao consumo de substâncias aditivas no local de trabalho, deve ser encarado não como uma despesa mas como um investimento, sobretudo se for tido em linha de conta a variável “produtividade” e a “qualidade de vida” do trabalhador. Os padrões de consumo prejudiciais, para além das consequências nefastas para o trabalhador, acarretam custos para a empresa onde se encontra inserido devido ao associado absentismo, comprometendo o desempenho profissional do trabalhador e subsequentemente a competitividade e a produtividade da empresa.
As Perturbações de abuso de substâncias afectam múltiplas áreas do funcionamento, existindo um diagnóstico psiquiátrico co-mórbido em 60-75% dos doentes. Estima-se que 40% da população dos EUA usou uma substância ilícita pela menos uma vez na vida e que 15% da população acima de 18 anos tenha uma destas perturbações durante a vida. Os síndromes psiquiátricos induzidos por substâncias podem mimetizar todo o espectro de doenças psiquiátricas, incluindo as perturbações psicóticas, de humor e de ansiedade. São responsáveis por:

          Perdas de produtividade
          Aumento dos Acidentes de trabalho
          Aumento do Absentismo laboral
          Baixa motivação dos trabalhadores e co-colaboradores
          Aumento dos dias de “baixa médica”
          Perdas que são estimadas em vários biliões de dólares para as empresas nos EUA

Por exemplo no caso da prevenção do alcoolismo, intervenções pontuais no local de trabalho não parecem ter resultados na diminuição dos consumos (estudos em polícias britânicos e trabalhadores postais australianos). Guidelines internacionais recomendam o seguinte no desenvolvimento de programas estruturados no local de trabalho:


        Desenvolver sensação de controlo e competência
        Utilizar suporte da família, amigos e pares
        Envolvimento da força de trabalho
        Programas de promoção da saúde em sessões de grupo não têm demonstrado eficácia
        Sessões didácticas por parte dos departamentos de pessoal ou da gestão não têm sido eficazes
        Diálogo entre empregador e trabalhadores 

Custos e produtividade (uma perspectiva sobre a saúde mental nas empresas)

Custos e produtividade
Uma pergunta legítima, embora com difícil facilidade de resposta é qual o valor de um empregado produtivo e saudável? Esta pergunta terá várias respostas conforme seja dada pelo trabalhador, pelo empregador, pelo contribuinte e pela sociedade em geral. De seguida oferecem-se alguns dados estatísticos, fundamentalmente recolhidos nos EUA, para iluminar um pouco o assunto:

          1 em cada 5 Americanos tem uma doença mental no espaço de um ano
          Metade do gasto em seguros privados em saúde mental, naquele pais, é para tratamento da Depressão
          Custo em dias de produção perdidos é maior do que a doença cardíaca, a Diabetes e a Hipertensão Arterial
          O maior preditor de não retorno ao trabalho em trabalhadores de baixa médica de curto prazo é a presença de sintomas depressivos
          Os doentes mentais têm maior absentismo que a população em geral
          Existe maior taxa de horário reduzido em trabalhadores com Perturbação de Pânico, que restantes trabalhadores sem essa patologia
          A doença mental afecta 48% dos Americanos durante as suas vidas
          1 em cada 10 empregados de escritório está deprimido
          14% de todas as ausências do trabalho são devidas a doença psiquiátrica
          No sector industrial a doença mental leva a uma média de ausências do trabalho de 16 dias/ano/trabalhador com doença mental
          Nesse sector, 4.4% de todas as ausências do trabalho são por causa psiquiátrica
          A duração média de ausência por episódio de depressão é de 36.6 dias (média 27.7 no total de outras causas)
          13% dos trabalhadores (com 3 ou mais ausências) tinham 62% do total de dias de ausência
          Trabalhadores deprimidos faltam 7.8 dias por ano (a média dos restantes trabalhadores é de 1.3)
          A Depressão contabiliza 52% dos diagnósticos psiquiátricos que levam a baixa médica e 62% dos dias totais de ausência do trabalho
          O tempo médio de “Baixa médica” por Depressão é de 40 dias (comparando com 37 dias para a dor lombar, a doença coronária com 37 dias, todas doenças mentais com 32 dias, a Hipertensão Arterial com 27 dias e a diabetes com 26 dias)
          Nos 12 meses subsequentes a episódio que leve “baixa médica” 26% recai, com nova “baixa” por Depressão (comparando com 11% com Hipertensão Arterial, dor lombar com 10%, doença coronária com 8%, todas as doenças mentais 8% e a diabetes com 26%)
          Os utilizadores de drogas faltam, em média, 40 dias por ano (comparando com 4.5 dias por ano dos não utilizadores)
          Nos trabalhadores dos correios com teste positivo (para substâncias de abuso) na admissão ao emprego têm um absentismo 59.3% maior e 5x mais acidentes de trabalho que os trabalhadores com teste negativo à admissão
          Os trabalhadores alcoólicos têm 2.7 vezes mais ausências relacionadas com lesões no trabalho que os trabalhadores não alcoólicos
          88% dos custos do sector industrial com Perturbações de Ansiedade é devida a diminuição da produtividade do trabalhadores
          Doenças médicas associadas à Depressão (dor crónica, doença cardíaca, enfarte, SIDA, fadiga crónica, fibromialgia, doenças tiroideias e neoplasias) também apresentam vários custos ocultos
          Grande percentagem dos custos da Depressão são indirectos: absentismo, diminuição da produtividade, custos com trabalhadores temporários, custos de substituição e formação de trabalhadores, ou se substituto não tão eficaz
          Os trabalhadores deprimidos têm 5 vezes mais tempo de faltas ao trabalho que os restantes trabalhadores
          O absentismo reduz-se significativamente com o diagnóstico e tratamento da Depressão nos trabalhadores afectados
  • Depressão com grande impacto também no chamado Presentismo (estar presente no local de trabalho sem conseguir contribuir para a produção de forma significativa ou esperada), pela diminuição da concentração, da energia e da capacidade de abstração